Agência Minas Gerais | Hospital Regional de Barbacena realiza a primeira captação de córneas em doador com coração parado na unidade
28 de setembro de 2025A primeira captação de córneas, em doador com coração parado, no Hospital Regional de Barbacena, unidade da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), foi realizada na quinta-feira (25/9).
A conquista integra as ações do Plano Estadual de Doação e Transplantes (PEDT) de Minas Gerais para ampliar captação de órgãos e salvar mais vidas, que prevê, entre outros, o fortalecimento das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) e a capacitação das equipes dos hospitais para realização do procedimento.
O presidente da CIHDOTT do HRB e membro da equipe de enucleação, Marcio Antonio Resende, conta que a unidade foi uma das primeiras da Fhemig a participar da capacitação, realizada por meio de parceria entre MG Transplantes e Feluma, e dar início à realização dos procedimentos é de grande importância para o estado.
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A enucleação, remoção cirúrgica completa do globo ocular, foi realizada em uma paciente, que já havia demonstrado interesse à sua família em ser doadora. “O processo foi conduzido com muita dedicação, cuidado e respeito por toda a equipe envolvida, garantindo que cada etapa fosse realizada com excelência e humanização, reafirmando nosso compromisso com a vida e com o bem-estar dos nossos pacientes”, ressalta a enfermeira Tânia Michele da Costa.
Márcio explica que, em casos de doadores com coração parado, o procedimento só poderia ser realizado pelo Banco de Olhos de Juiz de Fora, o que tornava o processo mais complexo devido ao tempo de deslocamento.
“Como todo o procedimento deve ser feito em até seis horas após o óbito, com a equipe presente no hospital, a abordagem ocorre de forma mais rápida, com mais chance de aceitação da família e realização em tempo hábil”.
Para a enfermeira da Unidade de Internação, Claudia Campos Alves, que participou da abordagem da família – crucial para o sucesso da doação, e também da captação, é sempre bom conversar a respeito com os parentes e deixar clara a vontade de ser um doador, já que atualmente 45% deles não autorizam o procedimento.
“Me sinto muito orgulhosa em poder participar do processo. Essa doação vai mudar a vida de pessoas que aguardam na fila de espera. Por isso, não se deve esquecer de sempre conversar a respeito do assunto com os familiares, pois são eles quem precisam autorizar o procedimento”.